APRESENTAÇÃO


Crônicas e poesias, inspirações de meu olhar sob o cotidiano, de autoria dos meus delírios confessos.

Meu olhar no reflexo da vida...

Boa leitura...

"Nada sou, senão passos nesta estrada da vida. Me banho no rio da vida, onde curo minhas intensas feridas. Eu canto a vida com muito encanto, sem medo do desencanto, eu vivo a vida e viver eu amo tanto... Sou um desencontro de acasos enganos."

"No compor do universo, sou apenas mais uma melodia, sou autoria de um compositor supremo... DEUS."

Pesquisar este blog

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O MEU OLHAR SOBRE O NATAL


O MEU OLHAR SOBRE O NATAL.



Lembro-me bem de minha infância, minha mãe trabalhava na Loja até quase as 23 horas da véspera de Natal, as ruas da cidade estavam sempre lotadas de gente correndo atrás de presentes. Quando o comércio em alguma cidade do interior fechava já bem tarde na véspera, íamos eu, o meu irmão, a mãe e o meu pai, para o Sítio de meus Avós Juvenal e Iracy para nos reunirmos com toda a família.

Chegando à roça, ao cume da estrada que entrava no Sítio, meu pai tirava do porta malas uma caixa de foguete e o céu se enchia de estouros. Era como um memorial  ou ritual, e assim foi por anos. O tempo nos levou aqueles momentos na mais saudosa lembrança, quando reuníamos a família, havia ceia, e sempre os vizinhos se achegavam para comemorar o Natal. Houve épocas que se somava quase cento e cinquenta pessoas, dançávamos, comemorávamos com todo o amor e paz.

Nós, ainda crianças, corríamos pelo terreiro de terra, brincávamos de pique, amarelinha, cai no poço quem me tira, até as energias se esgotarem, e irmos dormir na esperança de algum presente surgir próximo ao chinelo ou às meias de nossa esperança de ganhar algum presente do Papai Noel.

Tempos depois, não há muito tempo, foi o primeiro Natal sem a minha Avó Iracy, reunimos como há muito tempo não fazíamos, já não era na roça, foi em um patrimônio do Município. Ao chegar da meia noite, nós tomamos a ceia, fizemos um círculo de mãos dadas, a cada reza ou oração, os olhos eram tomados por lágrimas de emoção e saudade...

Neste Natal, eu não sei como vai ser. Talvez passe na casa de algum amigo, certamente, poeta e emoção que eu sou, surgirá alguma lágrima e os meus pensamentos caminharam pelas feridas de meu coração. Haverá no meu peito uma oração e um pedido ao Menino Jesus de um Próximo Ano melhor, um agradecimento pelos momentos difíceis, pelo aprendizado.

Tudo mudou e já não nos reunimos com tanta frequência, já não dividimos os nossos sonhos e nem brincamos de pique. A vida e toda esta prisão do sistema em busca de dinheiro, estabilidade, nos levou o tempo que tínhamos para a família. Formamos ao longo dos anos as nossas próprias famílias e deixamos de ser uma grande família talvez. 

Neste Natal, eu não terei a presença de meu irmão, faz tempo que não o vejo, tempo que não conversamos, uma mágoa e desamor se instalaram entre nós dois, neste Natal não estarei na reunião de família, estarei distante, talvez refletindo sobre o Ano de 2012, sobre a minha vida. Este ano que passou foi uma superação de meus medos e do que me atormentava, foi um reinício de meus passos em busca da felicidade.

Por mais que adversidades aconteçam, alguns covardias, eu sei, que o meu Natal onde quer que eu esteja será um bom Natal, pois os meus olhos se olham para o Menino Jesus na manjedoura, ele nunca muda o seu trato conosco, sempre está batendo a porta da manjedoura de nossa coração, pedindo abrigo. O Menino Jesus, sempre está pronto a nos perdoar por nossos erros, sempre cheio de amor e paz para nós.

Talvez ele chore um pouco ao perceber que nós esquecemos um pouco dele no dia de seu nascimento, preocupamos mais em dar e receber presentes, do que abençoar aqueles que nos amam. Preocupamos mais com as bebidas, com os alimentos, do que com uma das datas mais especiais da humanidade, quando nasceu um Menino chamado Jesus, que deu a sua vida por nós.

Pensando nisso tudo, de forma saudosa, e refletindo os meus sentimentos e a vida de hoje diante o meu olhar, eu passo a escrever e levar para a minha textualização, o meu olhar sobre o  Natal:

É chegado mais um fim de ano, mais um Natal com as suas canções que deveriam renovar a paz e o amor em nós. Particularmente o Natal deixou de ser há muito tempo um momento que me cause alegria.

Cada vez mais, nossas cidades são mais violentas, a miséria e a fome imperam em nossas ruas e praças. Enquanto isso, pouco se ouve ou se vê falar do amor de Cristo Jesus e do Nascimento daquele que um dia deu a sua vida por nós.

Vemos pessoas comprando presentes, grandes e intensas campanhas publicitárias, e um consumo exagerado em prol de um capitalismo que nos aliena cada vez mais dentro de um plano de consumo que nos ilude uma sensação de felicidade.

Enquanto as nossas Prefeituras gasta milhões de recursos financeiros em ornamentações, crianças movidas pela desigualdade social correm pelas ruas com os seus olhos famintos, desejosas de um pão e esperançosas de ganhar ao menos uma bola de futebol velha e ou uma boneca usada, para então se sentirem parte do Natal.

Algumas famílias terão panetone e vinho a mesa, uma bela Ceia de Natal, cantaram alguma destas canções, louvaram, se embebedaram em algum vinho caro; enquanto outras nem mesmo terão um pão mofado a mesa.

Não vejo como sentir-me feliz no Natal, ao pensar sobre toda esta injustiça social, em pensar que enquanto estou a mesa tomado pelo calor de um vinho, muitos estão morrendo em uma esquina, se perdendo no caminho dos vícios e da miséria e fome.

Pergunto-me se todos nós não estamos cegos. Se nós realmente somos humanos.

O meu Feliz Natal é desejar que as bênçãos do Menino Jesus possam ungir de bênçãos aos aprisionados deste sistema louco que nos aliena, que possa libertarmos de nosso caos de existir em tanta desumanidade e desamor entre os seres humanos.

Que neste Natal, o bicho homem possa reencontrar aquela estrela que fica ao cume de uma árvore de Natal, e que esta estrela possa estar iluminando tão somente os corações da humanidade. Que possamos refletir sobre um ano de 2013 com mais amor entre os seres humanos, mais paz em nossas ruas, menos corrupção e sede de poder de nossos políticos, e mais amor e diálogo em favor da vida.

Que possamos amar cada defeito do próximo e aprender a compreender que somos imperfeitos. De que o abraço e o perdão é necessários para existir a paz. De que o diálogo é fundamental.

De que a vida nos dá o melhor dela quando damos o melhor de nós para a vida. E que só há uma chance de um mundo melhor no próximo ciclo se encerra, só uma chance de sobrevivermos aos tempos difíceis que se anunciam: Amar verdadeiramente uns aos outros.

UM FELIZ NATAL À TODOS... QUE A ESTRELA DO MENINO JESUS E UM ANO DE 2013 COM NOVAS ESPERANÇAS E SONHOS POSSA ILUMINAR O CORAÇÃO DE TODOS.


Por Luciano Guimarães de Freitas.
Poeta, Cineclubista, Produtor Cultural.

18 de Dezembro de 2012, Vitória - ES

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CINECLUBISMO E CULTURA




UM FINAL DE SEMANA DE CINECLUBISMO E CULTURA NO ESPÍRITO SANTO.




Milito no Movimento Cineclubismo desde 2004, quando eu participei de minha primeira Jornada Nacional de Cineclubes, na época, realizada na cidade de São Paulo/SP. Era histórica 25ª Jornada Nacional de Cineclubes, realizada diante um processo de debate intenso e rearticulação do movimento nacional de cineclubes. Éramos no momento, nove cineclubes representando o Estado do Espírito Santo, entre estes nove cineclubes, eu representava o único cineclube do interior do Estado do Espírito Santo.

Ainda sobre a 25ª Jornada, ela foi realizada ali... Bem próximo a Esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, e foi ali, como cantou o baiano Caetano Veloso, que “alguma coisa aconteceu em meu coração”. Ali, eu me apaixonei, eu amei, e a partir daquele momento eu não saberia mais viver sem o cineclubismo.

Certamente, hoje, alguns se assustam com a forma enquanto militamos, buscando a maior intensidade possível de envolvimento com o cineclubismo. E é até complexo discorrer sobre esta relação nossa com o cineclubismo. Apenas posso definir que, cineclubismo é a minha vida, é a minha filosofia de vida, isto porque, eu vivo o cineclubismo todos os segundos de minha vida, e foi o cineclubismo que me sustentou psicologicamente e emocionalmente, nos piores e mais difíceis momentos de minha vida. No cineclube, eu abrir o meu olhar para paisagens cujo eu jamais havia ousado ou tido oportunidade de enxergar, e diante toda esta paixão, eu sigo por ai, visitando as regiões, conversando sobre cineclube e incentivando a criação e o desenvolvimento do cineclubismo.

Da última semana que passou até o dia de hoje, vivenciei três experiências bem diferenciadas, mas muito ricas, em relação ao cineclubismo.

A primeira; visitei no meio da semana passada o Cineclube da ABD, quando podemos assistir entre tantos filmes capixabas, o filme Estradas Silvestres, de Ricardo Sá, por si, o filme já é de uma estética e fotografia muito rica e de beleza imensurável. Mas o mais interessante foi conhecer sobre outras culturas ricas em suas diversidades e quanto à formação e criação de suas crianças. É curioso que nós em nossa educação, aprendemos sobre os átomos e organismos que jamais ou raramente iremos ver, e por outro lado, sabemos tão pouco de nossa história, e vemos tão pouco de nossa cultura. Isto explica talvez a perca de nossas referências, o grande buraco falho em nossa formação. O Cineclube da ABD, também retoma as suas atividades enraizando novamente uma atividade cineclubista dentro da Universidade Federal do Espírito Santo, promovido pela Associação Brasileira de Documentarista e Curta Metragistas, traz entre os principais membros que atuam nele, um cineclubista histórico do Movimento Capixaba de Cineclubes, Marcos Valério Guimarães, que atua no Movimento Estadual de Cineclubes há mais de 20 anos.

Segunda; foi participar do 1º Curta Colorado, que foi uma mostra de filmes da Produção Independente Capixaba, promovida pelo Cineclube Colorado, a mostra recebeu grande destaque na mídia impressa do Estado. O Cineclube Colorado possui três anos existência, e eu tive a honra de participar de sua criação, compondo o quadro de Sócios Fundadores do Cineclube. No entanto, ressalto que apenas participei da fundação deste cineclube, e claro, sempre me mantive a disposição quando necessário a alguma orientação e apoio. Mas o cineclube existe graças a dedicação contínua e intensa, dos cineclubistas Fábio Gama, Alex Siqueira e Juliana Gama. O Cineclube Colorado, cumpri um papel fascinante que é a volta do cinema no bar, exibindo filmes nos fundos do Bar do Pantera, um local apropriado para quem gosta de música, cultura, cinema e uma boa cerveja gelada. O Cineclube Colorado é um dos cineclubes que mais orgulho-me de ter participado de sua fundação, sendo ele um dos cineclubes mais atuante do Estado do Espírito Santo.

A terceira e última; foi presenciar a realização do Seminário de Comunicação da “Não Violência contra a Mulher”, organizado pelo Cineclube Olho da Rua e Centro de Comunicação Popular Olho da Rua, através do projeto aprovado no Fundo Estadual da Cultura, no Edital da Diversidade Cultural. O Cineclube Olho da Rua reúne em seu bojo, com jovens comunicadoras que para além do cineclubismo e da comunicação, são atuantes em diversos movimentos sociais, entre eles, o Movimento Negro e o Movimento contra a violência contra mulher, e outros. É um cineclube que se diferencia na formação e luta contra as problemáticas sociais e em defesa de uma debate amplo e diverso sobre o desenvolvimento humano. Em especial, gostaria de discorrer sobre a nossa participação no Seminário.

Primeiro é necessário que eu diga, nunca ou pouco refleti até o momento sobre a questão da mulher, do machismo, a violência contra mulher, e nunca tinha me inserido no debate de gênero. Não por não  ter interesse nos temas, mas talvez por falta de oportunidade ou falta de informação. E dai, durante o Seminário, passei a me perguntar o “porque eu ainda não havia participado de tal debate”, sendo eu uma pessoa atuante na cultura no desenvolvimento do senso crítico. Talvez pela pouca exposição da verdadeira realidade na mídia, ou mesmo, pelo processo de indução e alienação de como a mídia nos monopoliza e controla. Ali, tive acesso às diversos dados da violência contra a mulher, e passei a refletir sobre diversas questões.

O que mais me assustou foi descobrir que o Estado do Espírito Santo está em primeiro lugar no mapa da violência contra a mulher, e que, entre a faixa etária que sofrem mais com o homicídio de mulheres, está em média dos 15 aos 29 anos. Passei a questionar-me se este dado era muito distante da minha realidade, e como seria aplicação a estes dados no interior do Estado do Espírito Santo. Isto porque, eu venho de uma região onde dos sete municípios que a compõe, três deles são um dos que mais desenvolveram as suas taxas de homicídio nos últimos anos, e entre eles, um mantém um dos piores índices de desenvolvimento humano do Estado. Isto por diversos motivos, mas é importante destacar a interiorização da violência no Estado do Espírito Santo, e isto, por diversos motivos, os quais fugindo do assunto, eu atribuo em muito a Política do Governo do Estado, na interiorização dos Presídios. O preso executa o crime na capital e é conduzido a cumprir sua sentença no interior do Estado, e por consequência muda de cidade para ficar mais próximo, a família do preso. Não digo isto com relação de preconceito a família, mas digo isto, em relação de que o Estado não fornece de forma justa e equivalente aos Municípios ações que possam conter os impactos sociais de se ter uma presídio estadual nas pequenas cidades do interior do Estado. As famílias se mudam, acabam indo morar em lugares sem estrutura, e isto vai contribuindo para o surgimento de áreas de riscos, dali, como de outros lugares em diversos segmentos da sociedade, deriva-se em parte, o nascimento crescente da violência e aumento dos homicídios no interior do Espírito Santo. É importante ainda ressaltar, que entre as Regiões do Estado do Espírito Santo, a Região Noroeste, Norte e Nordeste do Espírito Santo, são as regiões que mais tem sofrido com esta política desenvolvida pelo Estado, quando sabemos nós, que o sistema carcerário no Brasil e em específico no Estado, raramente recupera alguém, ressociabiliza, sendo assim, uma grande escola do crime e preparo para a violência.

Baseado nestas proposições arguidas, eu enquanto participava do Seminário de Comunicação da “Não violência contra as mulheres”, pensava em como seria a projeção dos dados que eu já conheço quanto aos Municípios de Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Águia Branca, São Gabriel da Palha, Ecoporanga, Nova Venécia, e outros; se projetássemos a pesquisa nos homicídios de mulheres e violência contra as mulheres, se chegaríamos aos mesmos índices projetados durante o seminário. Enfim, fato é que a incidência de homicídios na faixa etária dos 15 aos 29 é o extermínio de nossos jovens ou nossas jovens, e o assassinato de nossas futuras gerações. Pois se não cuidarmos de nossa geração, não haverá futuras.

Denuncio ainda, que há muitos dados quanto ao interior do Estado, não revelados ou divulgados. Por diversos fatores, e entre os principais é o envolvimento de pessoas que possuem forte poder aquisitivo, influências políticas, e ou o envolvimento de algumas autoridades e poderes, e em alguns casos, em específico, na atuação da prostituição infantil.

Por outro lado, se pensarmos que na Capital já tenha alguma falha ou muitos equívocos quanto a boa gestão do Estado das Delegacias das Mulheres, no interior ainda padecemos de ter mais Delegacias especializadas para as mulheres. Da mesma forma, de que padecemos de não termos no Estado do  Espírito Santo, um departamento específico da mulher.

Eu espero poder, me aprofundar mais neste debate da violência contra mulher, mas certo eu, sou para além deste tema, contra toda e qualquer violência. Seja contra a mulher, seja pelo abuso de poder e autoridade de muitos policiais militares, seja contra a criança, sou contra toda ação de violência. Mas em especial, gostaria de parabenizar o Centro de Comunicação Popular Olho da Rua e ao Cineclube Olho da Rua pelo Seminário proposto, pelos temas abordados. É nestas ações aliado ao cineclubismo que eu acredito, pois mesmo não achando que a cultura será a salvação suprema, é através do desenvolvimento cultural, de uma nova formação cultural, que eu acredito, poderemos mudar muitas coisas em nosso Estado e País. A cultura é um pilar central e um caldo para diversas mudanças de comportamentos e na formação de nossas gerações. Promova o Estado o acesso a cultura sem achar que cultura é um mero entretenimento, o acesso a formação cultura sem achar que o Espírito Santo é só muqueca capixaba, a democratização do acesso e a descentralização do fomento aos incentivos financeiros à cultura, levando para as mais extremas regiões o desenvolvimento cultural.

Eu acredito que o cineclubismo pode ricamente contribuir para a formação de um novo olhar diante as nossas realidades, por seu potencial de fomento do debate, pela riqueza do diálogo que o cineclube promove. Isto é o que mais me comove e me provoca a atuar no cineclubismo.

E quando, eu penso em desanimar, ou estou desanimado em militar ou mesmo chateado com os embates políticos do movimento. Eu me jogo por ai, a visitar os cineclubes, conhecer as suas realidades. E quando me deparo com ações como as que eu encontrei durantes estes dias, diante de uma efervescência cultural, eu renovo as minhas forças, a minha fé, e retorno ao mais profundo do meu coração, eu preciso continuar acreditando que podemos fazer algo e muito mais, pela força de nosso movimento, e diante de tantos impactos sociais e audiovisuais, acredito que já não somos apenas um movimento social inerente ao audiovisual, mas que somos um movimento político que através do audiovisual, podemos elencar e formar pessoas para as tantas lutas e batalhas para um mundo e uma sociedade melhor.

Não há muito tempo, eu ouvi de um jovem morador de uma favela no interior do Estado o seguinte comentário: _ Rapaz, está vendo estes barracos de madeira vazios, era famílias que ganharam do Governo uma casa nova, ditas casas populares. Eu não ganhei porque moro só. No entanto quando é chegada à época das eleições, eu sou lembrado assim como estes que aqui moravam. Agora pense comigo, o Estado só chega aqui em nossa comunidade através da Polícia Militar para bater, eu cresço e moro aqui, mas não tenho oportunidade emprego porque moro na favela, não tenho oportunidade educação, não acesso as oportunidades. O que você acha que eu vou ser? Sou tratado como um animal pela sociedade. Então, acha que vou ser um dia algum Estudante, algum Médico, algum doutor. Jamais! Porém, todos nós que moramos aqui, sonhamos e temos esperança, mas a nossa esperança é exterminada pelo sistema.

“Por uma cultura de paz...”
“Por um diálogo entre os homens e as mulheres com a vida”.
“Pelo respeito ao ser humano, pela humanidade social,  e contra as injustiças.”
“Acreditando no cineclubismo capixaba.”
Por Luciano Guimarães de Freitas.
Cineclubista, Poeta, Produtor Cultural.
Titular Representante da Região Noroeste na Comissão Organizadora do Plano Estadual de Cultura.
Produtor do Projeto Olhares – Perspectiva para o Desenvolvimento.


Vitória - ES, 03 de dezembro de 2012.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

JOVEM, ESPERANÇA


JOVEM ESPERANÇA...

Ah, quando corro pelas ruas
Eu te vejo criança menina
Tuas faces nuas
E a crueldade de nossas esquinas.

Ah, quando pranteio incessante pela esperança
Meu pranto é por ti, que segue sem nome
Que morres ainda tão criança
Por conta da miséria e da fome.

Eu não sei mesmo qual atitude...
Se culpo a vida, se culpo o vício
Já não suporto mais ver a juventude
Executada por mais um homicídio.

Qual como o olhar cerrado
Pelo frio de um corpo que jaz
Um olhar sem sonhos, e lábios calados...
Que já não sofre ou ama, mas dorme eternamente, por favor, violência nunca mais... Eu quero é amor e quero paz.

Eu preciso ver crescer a criança...
Ver o jovem sonhar
Ter de novo uma só esperança
Do ser humano aprender a amar...

Termos mais paz no coração
E sermos um povo
Paz na melodia, felicidade na canção.
Juventude vem para luta de novo.
Só contigo, não será em vão...

Por Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, cineclubista, eterno sonhador.


terça-feira, 29 de maio de 2012

Delírios do Cotidiano: O MOMENTO DA PARTIDA...

Delírios do Cotidiano: O MOMENTO DA PARTIDA...: O MOMENTO DA PARTIDA... (dedicado aos amigos, à família e a todo movimento cineclubista capixaba) É madrugada do dia 30 de mai...

O MOMENTO DA PARTIDA...


O MOMENTO DA PARTIDA...
(dedicado aos amigos, à família e a todo movimento cineclubista capixaba)



É madrugada do dia 30 de maio de 2012, eu aqui encontro com o mais sincero de mim quando já não imagem mais bela do que a paisagem de meus sonhos que reluzem no brilho de meus olhos. Hoje, é um momento tão meu contido de uma solidão tão bela.

Estou na contagem regressiva aguardando o raiar do dia que se aproxima, quando novamente tomarei a estrada adiante de meus passos na busca incansável pelo horizonte dos dias vindouros. Na busca incessante pelo melhor de mim e a construção da paz no meu peito, certo eu, que o sentimento que me conduz e faz-me incessante no lapidar de meus dias, é justamente o que me perturba e os questionamentos ou dúvidas que permeiam minha mente trovejante.

Já faz algum tempo, que estou por aqui, regenerando das feridas de meus passos e reconstruindo um novo olhar diante do reflexo de minha face que antes chorava e agora está a sorrir. Deixo tão logo a capital de Vitória, e sigo para o interior, um pequeno Município chamado por Águia Branca, no noroeste capixaba.

Cidadezinha incomum, colonizada as margens do Rio São José, inicialmente pelos imigrantes poloneses. O que dizer? Em um tempo de minha adolescência, fui adotado por Águia Branca, onde mesmo não tendo crescido na infância pelos teus solos, vivi bons momentos de minha vida por quase uma década, no fase saudosa de minha adolescência.

O que dizer? Confesso que nos últimos anos me perdi no palco da vida, silenciei algumas de minhas falas na trama da existência, sofri com a solidão de ter me abandonado no frio de um vazio tão meu. No entanto, como um guerreiro ressurgi diante do levante de minha alma poeta que inspirou-se no poema mais intenso para seguir um caminho no mais profundo do coração...

No coração tenho descoberto as mais belas paisagens e os mais intensos caminhos por onde ousei caminhar. Não envergonho do que eu fui, do que fui tive apenas medo. Hoje me orgulho do eu sou e sonho com o melhor de mim.

Agora que tomo a estrada novamente, trago ainda maior a minha garra e vontade, meu olhar diante da imagem em movimento, é um filme cujo eu sou o autor de minha história, inspirado a luz do Criador.

Se levar, levo minha poesia, alguns bons filmes e bons livros. Se levar, levo comigo meu coração cineclubista, na luta incessante pelo acesso ao cinema na expressão mais popular da arte. O cinema como formação não só do público, mas na formação e desenvolvimento para além do ser humano. Sim, a construção de uma sociedade justa e a possibilidade da dignidade de vida para todos. Pela formação de uma juventude mais crítica, mais participativa no desenvolvimento humano, cultural e social.

Ah se levar, levo a saudade dos amigos que me foram alicerces no meu recomeço na escada da vida.  Dos tantos outros que surgiram ao passo pelos degraus e àqueles que incentivaram mesmo aos gritos distantes. Certo eu, de que apenas estou começando... Há muita estrada para seguir ainda. Que o cair seja para o aprendizado e o levantar para o meu crescimento.

“Serei sempre o eterno menino correndo pela estrada da vida... Seguindo sempre”...

O vento entra pela porta da sala
Talvez a solidão pedindo passagem...
No chão, está pronta a minha mala,
Esperado, o momento da viagem.

Tomo os ares...
Dos ventos de minha alegria
Despedindo daqui e dos bares
Com a mais sincera e simples poesia.

Se eu levo, levo a saudade
Do porto, do mar...
Levo os momentos de amizade...
Das belas paisagens no reflexo de meu olhar.

Tomo a estrada...
Sem medo do destino,
Vou cantando as serenatas
De um eterno menino.

As lágrimas que toma meu olhar
São de minha mãezinha e do seu carinho
Ela olhando pela janela, não consegue nem falar...
Mas ela compreende que tenho de seguir o meu caminho.

Meu pai, que me ensinou a poetizar
Esconde os seus olhos, mas sei que estás a chorar...
Cabeça erguida... Sinceridade no olhar,
Sei que lá dentro do seu quarto, por mim estás a orar.

Os laços de amizade
E o amor de nossos pais...
São laços de eterna saudade...
Sentimentos que não esqueço jamais.

Se sigo agora,
Espero voltar...
Parto ao raiar na aurora
E na lua cheia, hei de voltar.

Virei declamando a minha poesia
Com a certeza de cumprida minha missão...
Voltarei com a mesma alegria...
Deste dia que eu parto, seguindo a estrela guia de meu coração.


“O sonho apenas será utopia, quando deixarmos de acreditar.”

Por Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, Cineclubista, Sonhador...


domingo, 6 de maio de 2012

O SILÊNCIO DA LUA E O POETA QUE CHORA...


O SILÊNCIO DA LUA  E O POETA QUE CHORA.

"Uma viajem de meu delírios, pelos sentimentos do poeta. Um caminhar pelos delírios incessantes do poeta, que ama, chora, implora, e encontra nos versos o seu grito pela existência."

O que dizer?
Quando os pensamentos se calam
O peito, se põe sofrer
E as rosas já não exalam.

Estou em profunda solidão
Sedento de ouvir palavras
O que fazer quando o meu coração
Verte-se em lágrimas.

Eu necessido ter carinho
Ouvir a lua
Porque me deixaste tão sozinho
Com saudade sua.

O silêncio prende-nos em grilhões
E o medo, assaltou-me o olhar
Tenho tanto medo das desilões
Sem saber, onde lua, estás a brilhar.

Que não, no meu céu desta noite...

Estou sofrendo a dor de não saber mais o que dizer, de não ouvir alguém e de ver o sonho tornar-se desamor. Quando meu peito cravado pela desesperança, ordena que eu parta sem olhar para trás.
O meu drama é loucura dos que não me amam, ou daqueles que esquecem de meu verso...

O que fazer, quando a lua já não brilha e encontra no silêncio a certeza da distância e do que parece impossível.

Eu sou o sol, que já não brilha
E chora.
Sou o poeta que chora, e talvez caiu na armadilha
Que o iludio, sim, o poeta agora chora.

Chora o passo sofrido
Pela saudade de quem já não te fala
Chora o amor não correspondido
O poeta, chora, agora se cala.

As estradas ficaram tristes
E o silêncio prendeu-nos nos grilhões
A dor, que sofrer insiste
Somos talvez, sonhos e desilusões.

Eu estou voltando para o meu recanto
A solidão, que me protege em paz
Dizer, não sei se quero amar tanto
Não quero sofrer mais, a saudade de teu cais.

Porque toda saudade e o tempo
Que nos distância um dou outro
Não te ouvir, não te sentir, é tormento.

E sofrer assim, me deixa louco.

Ah, lua que brilhou outrora
No dia e noite que se passaram
Não vá, volte agora
Para o dia que a lua e o sol se amaram.

Eu ainda estou, na lua linda daquela noite, a esperar o carinho de alguém que espero, o que fui capaz de sentir pareceu-me eterno, mas me desespero por não saber aonde que meu espero, possa estar...

Sou o poeta, que chora, e não quer ir embora.
Aque sofre um sofrimento
Que o coração devora...
Por onde andas, óh ventos..
Ventos de carinho que viajaram as distâncias...
E tocaram a minha face.
òh amor que profetizou dias vindouros...
Será que foi apenas um disfarce,
que eras prata e não ouro.
Eu corro para o meu recanto de solidão, lá eu sofro, mas ninguêm verá que eu choro.
Corro para um lugar, de onde nunca deveria ter saído.
Onde só a solidão pode me proteger do que sinto, lá eu sou só, porém não conheço as garras da ilusão.
òh, lua, será que um dia me procura
Será que ainda me quer...
Será que o que sinto é loucura...
Onde andas lua mulher?


Por Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, cineclubista.

sábado, 5 de maio de 2012

Delírios do Cotidiano: PENSAMENTOS DISTANTES...

Delírios do Cotidiano: PENSAMENTOS DISTANTES...: PENSAMENTOS DISTANTES. "Os versos são o caminho mais viável, onde o poeta encontra os  ventos de seus sentimentos, e o perfume de seu ...

Delírios do Cotidiano: PENSAMENTOS DISTANTES...

Delírios do Cotidiano: PENSAMENTOS DISTANTES...: PENSAMENTOS DISTANTES. "Os versos são o caminho mais viável, onde o poeta encontra os  ventos de seus sentimentos, e o perfume de seu ...

PENSAMENTOS DISTANTES...


PENSAMENTOS DISTANTES.

"Os versos são o caminho mais viável, onde o poeta encontra os  ventos de seus sentimentos, e o perfume de seu coração e exalar pelos quatro cantos o que o poeta é capaz de sentir."

Quando a noite persegue os meus pensamentos, sou contido por infinita saudade e um desejo incessante de sair correndo por ai, nesta estrada da vida. 
Os pensamentos vagueiam distante em busca de um refúgio, sou tal como o poeta recolhido em sua solidão, possuído da esperança em busca de um olhar. O poeta fecha os olhos sedentos dos desejos mais secretos, seu imaginário encontra o suave toque de mãos que lhe corre a face, quando o coração bate acelerado e ele perde o controle dos sentimentos. Ela, mulher de seus delírios, se entrega ao teu abraço no calor de um abraço. 
Eu, tal como o poeta, vagueio pela vida em busca de sonhos. Sonho com o carinho de uma mão a correr por minha face, do calor de um abraço que me queime o corpo, e das carícias de lábios que me beijem ardentemente.
São pensamentos que tomam a minha solidão, quando perco-me encoberto pelo véu enegrecido da noite, perco-me em uma solidão tão minha.

Sou sedento de amor, tenho incessantes desejos de amar eternamente.

Quando acende a luz de meu olhar
Disfarço a solidão de minha face
No peito, a chama de um sonhar
Minha poesia de amor, sem disfarce.

Eu quero o carinho de uma mão
E o beijo eterno em poesia
Quero-te , mulher de minha ilusão
No calor de teu corpo, para eternidade de meus dias.
Tenho sido tão só
E nossa distância é como a lua
Que paquera com o sol...

A lua,
A lua que ilumina meu sono
A boca sua
Que me assalta os sonhos...

Eu sou assim, tão intenso...

Meus delírios vagueiam pelos ventos
Sob o clarear de um lindo luar
Caminham distantes os meus pensamentos
Em busca de um lindo olhar.
Seria que eu pudesse ao menos sonhar
E ter , você mulher, em meus delírios
Nos encontraríamos eternamente além do mar,
E nos campos perfumados pelos lírios...

Poderíamos, docemente nos amar...

Triste, é ter tão somente a minha solidão
E pensar na impossibilidade de meus pensamentos
Ter-te tão somente na minha ilusão
É conviver tão apenas, com os meus tormentos.
Eu morro a cada dia, morro de desamor.

Pelo desamor do que eu sonho ser quase que impossível.
Somos apenas distantes pensamentos
Lábios silenciados, e teu olhar, rara beleza
Somos delírios e ventos...
De um beijo impossível, e de minha eterna tristeza.

Somos apenas pensamentos distantes.
Você mulher de meus delírios...

"Quando a noite vaguei os meus sonhos impossíveis e a luz brilha no céu, eu corro entre as estrelas e caminho entre as constelações, um eterno poeta em busca do brilho intenso da paixão."

"Tenho ao menos os meus versos, nele, eu encontro o amor, a alegria e a tristeza. Neles eu sou uma solidão tão somente minha."

Por Luciano Guimarães de Freitas
Cineclubista, poeta.

05 de maio de 2012 - Vitória - ES

sexta-feira, 30 de março de 2012

Delírios do Cotidiano: DOMINADORES E DOMINADOS.

Delírios do Cotidiano: DOMINADORES E DOMINADOS.: DOMINADORES E DOMINADOS. O que falar quando o homem paira a insanidade de sua ganância, é tão inescrupuloso persuadir a sobrevivência ...

DOMINADORES E DOMINADOS.






DOMINADORES E DOMINADOS.

O que falar quando o homem paira a insanidade de sua ganância, é tão inescrupuloso persuadir a sobrevivência e alienar a vida pelo ópio do domínio social sem visualizar os menos favorecidos.

O que dizer da grandeza de uma bandeira e nação quando ela é composta por grandes e pequenos e como definir os grandes se eles diante do sinônimo de humanidade são tão pequenos se perpetuando por dominadores insanos que dominam aqueles que na cadeia capitalista tornam-se tão desfavorecidos de condições humanas.

Como conjugar nação e povo, quando o povo é esquecido e de certo não está incluso nas estrelas de nossa bandeira, pensar assim é pensar mesmo que já não somos povos, mas alicerces forjados deste domínio que nos esquece.

Eu choro a dor de ser humano e ser parte desta sociedade de animais irracionais, quando eu olho as terras de meu país e mundo, e vejo crianças perdidas colhendo da miséria e fome para dar frutos de poder e riquezas aos dominadores da raça humana. Eu sangro o meu coração quando sinto os sentimentos ressentidos de ver ainda seres esquecidos nas vielas e becos de nossas civilizações.

Como ter fome e se alimentar quando penso que tantos outros não podem ter o alimento digno e como ter excitação quando penso nas crianças que são abusadas nas esquinas, quantas flores já não são flores e quantos bosques já não tem vida?

Desejo mesmo morrer para esta vida quando eu vejo que a vida nesta terra é desamor, por onde andas amor?

Quando penso na realidade de nossos dias, prefiro ser louco e não ter consciência exata do que somos nós denominados “homos sapiens”.

Há de existir um dia, quando recobrarmos nossa sanidade e descobrimos que o verso humanidade é algo maior do que o nosso olhar no espelho que apenas nos reflete. Que ser humano é contemplar a vida e ser vida para todos.

Haverá um dia em que o povo será um só povo e o novo será o ressurgir e reconstrução do que hoje alienados pensamos ser humano. Então não haverá fronteiras, e haverá alimento para todos. O homem tomará conta de suas crianças, as crianças serão os nossos professores e nos ensinaram a pureza do amor, a simplicidade da vida e o canto da esperança.

O jovem terá recebido a formação humana desde suas bases familiares que não serão dominadas pelo ópio do pecado de ser homem. E neste dia não haverá dominadores e nem dominados, mas haverá um povo.

A nação e raça não serão pautadas na divisão de fronteiras, sim, a nação será só uma e a raça o encontro da diversidade cultural da humanidade. Haverá amor, respeito ao próximo, e seremos mais humanos.

Neste dia terei orgulho de dizer que sou ser humano, e orgulho de ser humano. Quando eu puder olhar a criança correndo pelos campos de girassóis e poder sentir o perfume das rosas exalarem o seu canto com o encanto espiritual de existir para “servir um ao outro”.

Neste dia, haverá paz sem precisar de guerras, abraços sem depender do purgatório da solidão. Pois iremos desejar nos abraçar apenas pelo sinônimo de ser um só povo e uma só nação.

Haverá um minuto de silêncio, como uma homenagem aos que um dia sofreram e não puderam usufruir do amor humano, daqueles que morreram sem poder ver o sonho de um mundo melhor, mas que tiveram até o último suspiro de vida a fé e esperança.

E o sonho não será uma apologia ao ideal, seremos apenas seres sonhando e contemplando a vida da forma mais simples e amorosa, ponderados na união dos seres humanos e na busca de sermos uma só nação, uma nação livre. Quando a liberdade será verdade refletida no brilho de nossos olhos, sem esta prisão do sistema que nos aliena, domina e nos prende.

Todos nós teremos estudos, todos terão alimento, e todos teremos iguais oportunidades. Sim, neste dia não haverá nem dominadores e nem dominados, haverá seres humanos.

“Quando dominamos o outro para sermos grandes, somos dominados pela pequenez de nossos atos.”

29 de março de 2012, Vitória - ES.

Por Luciano Guimarães de Freitas.
Poeta, Cineclubista.
Contatos:
lucianoprodcultural@gmail.com
lgf_poeta@hotmail.com


quarta-feira, 7 de março de 2012

Delírios do Cotidiano: NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO QUE FUI.

Delírios do Cotidiano: NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO QUE FUI.: NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO FUI. ( meu grito de coexistência - o sangue sangra em meu peito - o que eu sou ) O que sou senão u...

NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO QUE FUI.



NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO QUE FUI.
(meu grito de coexistência - o sangue sangra em meu peito - o que eu sou)

O que sou senão um ser em profundo aperfeiçoamento espiritual no lapidar de meu passo, por onde eu passo e como passo. Sou nada mais que um ser caminhando no tempo inexato de minhas idéias e na estrada incerta do amanhã. Sou o eterno menino caminhando pela estrada da vida no universo da existência.

Sim, sou incumbido de falhas, e sim, sou também carnal e físico, quando humano, caminho e sinto cada pegada. Quando espírito, elucido meu caminhar na compreensão de meus passos.

No entanto, eu sei e creio, que se eu permito-me caminhar, já não sou eu apenas que caminho, mas o meu espírito me direciona e me conduz. Certo eu, de que o meu espírito é menor comparado a quem o criou; nada sou senão a criatura, um pintura de tela cujo o autor é o Criador do universo.

Se o que sou, me sofre ou alegra, não temo. Sei o que eu fui e sei o que sou... E quero compreender o que posso ser.

A plenitude de minha vida é saber que o passado passou; o presente aqui está e o futuro é o tempo e lugar incerto para onde eu tenho a missão humana e espiritual de buscar caminhar. A sensação de compreensão e certeza sobre que há de acontecer e o que posso ser, é algo irrevelável pelo presente, e este pasmar é o que me faz viver cada segundo em busca dos milésimos que ainda hão de coexistir.

Eu não tenho medo de ser quem eu sou, tive temor do que fui um dia. Mas hoje quando olho a cortina do tempo, eu sei por onde passei, onde estou e onde eu quero um dia chegar. Na lúcida certeza de que onde quero chegar, é incerto, porém nocivo diante de cada passo e segundo neste caminho da vida sob a tutela da existência e na inspiração do Criador.

A minha loucura é lúcida, o meu coração e a minha alma elucidam a minha intensidade. Sou e serei um eterno menino correndo pela existência. Errar é digno de um ser humano, somos falhos por natureza. Viver é permitir-se errar, mas nunca deixar de tentar acertar.

Mas o que somos nós, a ponto de pensarmos e definirmos o que é certo ou errado?
Ora, pois, a medida do que é certo é uma inverdade diante de nossas limitações humanas. Depende do ponto de vista, da fonte espiritual, do que procuramos e buscamos. O que somos nós nem mesmo sabemos, temos a única certeza de que coexistimos no universo.

Neste exato instante de minhas pegadas no caminho da vida, o meu corpo sofre os golpes de meus passos e daqueles que não souberam compreender as minhas pegadas, meu olhar lacrimeja, meu coração sangra, mas alma vive. Apenas sei que a vida humana é cíclica, eterno somente pode ser o espírito.

Meu coração e alma elucidam a minha loucura insana. Eu grito, corro, paro. Estou mais vivo do que nunca. Meu olhar vai além do que me limita e não retém a raiva de quem se oculta.
Meu olhar apenas olha e contempla a insanidade...

A mesma lâmina do tempo que me corta os dias, esmorece a mágoa e a dor em meu peito. Não desejo nada senão, permitir ser lapidado pelo artesão do universo, extrair da vida o que é bom e disseminar apenas a paz, a paz que não surge da guerra humana, mas do espírito que nos conduz.

O que dizer da vida? Eu creio em uma força maior que nos move; algo entre o piscar dos olhos e as batidas do coração, entre nossos passos no caminho da existência e no ser espiritual que coexiste entre este planeta e a existência.

Sou gradativo em tecer o que eu sou, na busca do que um dia eu serei. Na certeza de que toda a minha loucura não é em vão. Se minhas palavras emergem, são nada mais que o meu grito e o meu canto na canção da existência.

O que penso e o que sou se sustentam em mim e em meu espírito, e busca incessantemente se conectar com um Espírito Maior... A criatura é viva e é livre, mas vive em reciprocidade, a recíproca do Criador deve aperfeiçoar em nós e para com quem nos criou e entre nós na plenitude de criaturas umas com as outras.

A mesma dor que me sofre me inspira a paz e felicidade que tão logo vem... Sofrer não me é uma sina, nem uma fonte de felicidade, mas um dogma humano que nos leva a uma compreensão e mutação do que conheço por crescimento e amadurecimento.

Eis o meu canto e poesia neste momento único da busca e encontro comigo mesmo e com o meu espírito.

Óh quimera de meus olhares...
Lágrima que corre por minha face
E sorriso que reluz pelos ares
Não tenho máscara e nem disfarce...

Assim, eterno menino, eu sou.
Na busca por mim e dentro de mim, um olhar menino que emana de meu eterno coração poeta...

A lágrima que encharca o olhar
Irriga o meu sorriso,
Quero sim, ir além do mar
Encontrar-te meu Deus, eu preciso.

(E dizer sem temer os que me olham e julgam, que em TI eu creio. Não sou perfeito, mas sou um caminhante em busca de TI...)

Ensina-me a compreender
Os que não me compreendem.

Ensina-me amar, os que não me amam.

Ensina-me caminhar e ser um simples jardineiro nesta existência.

Para os Senhores desta Justiça Humana que se atenua nas Sociedades de Oligarquias... E aqueles que condenam com suas forças e crenças da hipocrisia...
E ainda aos que perseguem o poder como fonte de hierarquia e sobrevivem em busca de serem maiores do que podem ser. Vocês que se colocam como juízes do universo, e nada são senão condenados pela pobreza de seu espírito.

Pensar no que fui um dia
Ver a onda que vem e volta para o mar
É não ter medo da alegria
E nem das lágrimas emergindo no olhar.

Não temo os julgamentos
A luz apenas do homem humano,
Sois loucuras e apenas tormentos
E eu, não me curvo ao teu manto.

Eu tenho o escudo de minha fé...
E as vestes de minha poesia...

Sangra o meu coração
Mas respira minha alma
A mesma tormenta que me fere a desilusão
Inspira-me a paz e compreensão que me acalma.

A vida segue ali depois do luar
Onde o horizonte é o futuro
Onde reluz o meu olhar...
E no mar de minha alma, banho-me e me curo.

Estou apenas aprendendo a caminhar.

Os caminhos...
Um infinito plantio de lírios.
Nos meus lírios há perfume e também espinhos,
E o adubo, meus intensos e insanos delírios.

Tenho relâmpagos em minha mente...
Um olhar para o infinito.
O coração de um eterno menino irreverente
E a paz de meus versos e de meu grito.

Não tenho vergonha do eu fui, do que fui apenas tive medo.
O meu medo em nada me feriu a coragem de seguir e a certeza de minha transformação. O que sou me orgulha porque eu sei por onde passei, e onde estou.

Desejo continuar caminhando, em busca de ser pleno e humano, contribuindo para a paz de meu espírito. Agradeço ao Criador, pelo dom de dizer o que sinto. Pelo que fui e pelo o que sou. Ensina-me Criador a ser algo ainda menor em poder e grandioso em paz e amor.

Sou apenas um ser no jardim da existência... Remeto meu caminhar ao jardineiro celestial, o qual me regou com teu sangue para que eu pudesse alcançar a salvação e eternidade espiritual.

Respeito todas as crenças e dogmas individuais.

"Mas a Jesus, a Deus e ao Espírito Santo e sua trindade, toda Honra, toda Glória, pelos séculos e séculos."

Por Luciano Guimarães de Freitas

Delírios do Cotidiano: NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO QUE FUI.

Delírios do Cotidiano: NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO QUE FUI.: NÃO TEMO SER O QUE SOU... TIVE MEDO DO FUI. ( meu grito de coexistência - o sangue sangra em meu peito - o que eu sou ) O que sou senão um...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Delírios do Cotidiano: SOU...

Delírios do Cotidiano: SOU...: Sou... "O meu olhar sobre mim, o meu grito que eu viver sorri e chorei. Os meus passos de eterno menino na estrada do que clamamos ser v...

SOU...


Sou...

"O meu olhar sobre mim, o meu grito que eu viver sorri e chorei. Os meus passos de eterno menino na estrada do que clamamos ser vida."

Eu procuro as palavras que possam definir o meu delírio desta noite, mas encontro-me perdido em meio ao espaço entre os meus olhos e o branco do papel.

Penso em encontrar os versos que encantariam aos leitores, mas peço perdão, porque se o que escrevo não é tão somente o meu grito e sutilmente para o meu olhar que busca ler mais de mim, eu não existiria como poeta. Pois como poderia senti-los se antes eu não fosse capaz de sentir a mim. Como podemos pedir amor senão amarmos?

 Digo isto, sem desmerecer a leitura dos amigos e leitores que têm acompanhado meus versos. Verdade é que inicialmente escrevemos sempre para nós, buscando o encontro com nossas almas através das palavras. Depois, com o amadurecimento do que pensamos ser a existência, nossas palavras ganham vida e vão buscar o horizonte e recanto de outros corações e outros olhares.

Hoje eu me encontrei assim, desejando escrever para mim, sem se preocupar com olhar do leitor - se o que escrevo encanta ou desencanta - desejei ser sincero comigo e com todos, mas claro que; ao escrever para mim e de mim, tenho a necessidade de encontrar algum olhar que há de beber do ópio de meus pensamentos e possa imaginar os meus delírios escritos nas linhas de um poema ou texto qualquer. Hoje, eu me perdi me procurando na imensidão de meus delírios, e encontrei um horizonte infinito dentro de mim, descobri a infinidade de meu coração batendo e pulsando a intensidade de minha alma.

Hoje eu me busco, e se me busco, busco olhar para o mais secreto e íntimo de minha alma.

Ando pensando em minha vida, a tragédia de meus dias perdidos entre o espaço da existência e os meus passos no palco da vida. Ah, como desejei a morte, senão de meu corpo, ao menos do que sofria dentro de mim.

Caminhei sem a noção do tempo revirando as lembranças do passado que insistiu um dia em ferir-me. Sofri a humilhação do espelho destas sociedades tão cultas de religião e poder, sangrei na viela do caos e sim, houve dias que não quis mesmo viver. Perdi o domínio de meus passos sobre a tutela dos domínios sociais do poder.

Foi na dor que amadureci, sangrando eu me curei, chorei o pranto de um mar que sofria dentro de meu peito. A espada no meu peito era o medo de mim mesmo e o medo de viver. Eu caminhei pelos becos, experimentando o ópio social da vida. E me perdi pelas ruas descalço e maquiado da poeira do preconceito, eu quis água e comida além do abraço pelas madrugas frias... Mas somos o vício de consumo de nosso domínio chamado “Ego” e do nosso status de ser humanos para nós mesmos.

Neste lamaçal em que eu estava e em que os cultos do domínio chamariam de currais da miséria humana, eu tive a palavra sincera de um olhar singelo, mãos calejadas e peito ferido pela desesperança, uma simples palavra que me mandou olhar para o horizonte que havia dentro de mim, o horizonte que se lapidava no fogo da vida para a mutação de um metal nobre. Esta voz me disse suave, que ainda haveria grandes pastos e campos para se caminhar, e que é na dor do fogo, que surge os grandes homens, aqueles que tem lugar de honra próximo ao Criador do Universo.

Ah, eu aprendi a olhar o horizonte dentro de mim. Sobrevivi ao deserto olhando este horizonte onde estava o oásis de meu sorriso mais lindo. 
Eu me senti próximo ao Criador, não deste Deus ensinado pelos homens, eu senti perto do amor e da paz, da esperança e dos sonhos, do verdadeiro Criador do Universo. ELE não estava na raça, credo, posição política, condição de pecado, ele estava no ar correndo entre as folhas e que no respirar de meu pulmão entrava em mim, esse ar invadia minha alma e tomava meu espírito.

Eu não poderia ser o que sou se dentro de mim não houvesse um horizonte que recitasse a poesia de minha alma. Ah, quando olho a infância dos dias que se foram até o tempo de minha ruína, não sinto arrependimento... Eu gosto de olhar mesmo é para o horizonte, para onde desejo mesmo ir.

Não é que eu esqueça as minhas raízes, jamais poderei esquecer onde eu vi a luz do mundo ao nascer chorando aos berros, estava ali no lençol branco da maternidade em um pequeno Município chamado Mantena no interior de Minas Gerais. De certo mesmo, é que lembrarei ainda mais, como um “pilar memorial” , dos dias de minha ruína, pois foram nestes dias que renasci para a vida. O que para muitos foi a ruína, para mim foi a gestação de meu renascimento.

Eu continuo sorrindo e correndo pela estrada adiante de meus passados, as lágrimas vão irrigando o meu sorriso... E o meu sorriso vai se apaixonando pelas flores no caminho e os pássaros que louvando anunciam os novos dias que já vem chegando.

Sou tal como um eterno menino, correndo por ai, tentando compreender o espaço inexato entre os meus olhos e o branco do papel. Entre a minha poesia e minha alma.  Sempre o eterno menino correndo...

Sim... No horizonte dentro de mim... Eu o sou.


Sou.

Sou o menino correndo
Vou ali além do luar
Onde a lua nasce morrendo
No horizonte além de meu mar.

Não penso no dia sofrido
Da lama e da dor na estrada
Os dias já foram vividos
Já se foram as frias madrugadas.

Quero agora da vida, o perfume de flores
A paz de uma brisa a me tocar
Quero sanar as minhas dores
E docemente, me amar.


Trago nos lábios o sorriso profano
E o coração de porta aberta...
Eu trago o que mais ser eu amo
Sim, eu amo viver e ser poeta.

Por Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, Cineclubista, Sonhador, Eterno Menino.
________________________________________________________
MSN: lgf_poeta@hotmail.com
E-mail: lucianoprodcultural@gmail.com
Cel: +55 (operadora) 27 9846 0100

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Delírios do Cotidiano: A LOUCURA DA VIDA

Delírios do Cotidiano: A LOUCURA DA VIDA: A LOUCURA DA VIDA. "O delírio das palavras escritas é de minha inteira responsabilidade, o aspecto da vida diante de meu olhar profano." ...

A LOUCURA DA VIDA


A LOUCURA DA VIDA.


"O delírio das palavras escritas é de minha inteira responsabilidade, o aspecto da vida diante de meu olhar profano."

Eu tenho pensado no sentido da vida, nesta teia universal que nos consagra seres humanos e nos liga como seres no compor do universo. Penso que toda ação, mesmo a do pensamento, encontra a reação dos sentidos. Somos algo dentro do tempo inexato do espaço, inexato por que não o conhecemos, porque não vejo como definir a reação de nossos pensamentos sem pensar que a ação gera uma reação em cadeia e que somos tão inconstantes e complexos. Somos a indefinição dos sentidos e a mutação dos fatos.

Eu me perco entre o meu imaginário em busca de mim mesmo e dos sentidos na linha da existência. Cada pensamento se distribui na velocidade de minha insanidade na galáxia do imaginário de minha mente. Vejo no “por que” dos fatos, algo tão simples e menor do que a dimensão dos resultados.

Enfim, perco o medo de gritar. Eu subo ao mais alto cume de minha loucura e brado meus versos incessante e sedentos do eco na montanhas da vida.

Nesta odisséia da vida, tenho sido um sobrevivente do caos, o meu caos de não saber conter o meu absurdo de ser quem eu sou. Por deveras vezes eu pensei em desistir ou me abster de minhas insanidades, me senti pequeno e encontrei na fuga de meus pensamentos um sentido para não permitir a arte da dúvida soar em meu grito pela existência.

O meu caos me pareceu tão menor que a miséria humana, meus desejos insanos tão mínimos diante do sonho de seres que perduram na sobrevivência da vida. Eu tenho pouco, mas diante de muitos, tenho muito.

Encontrei-me menor diante da casta profana da igreja dos homens que me ensinou o que é fé, esta mesma fé sucumbiu ao deserto da violência e destruição. Se existe DEUS, de certo ele é maior que tudo isso, e não compõe esta rede de absurdos desta igreja universal amparada em crenças e dogmas da busca do poder pelo homem.

Passei ao longo dos últimos anos, tal como uma lagarta sofrendo as mutações necessárias para a beleza de uma borboleta, confesso ainda não ter conseguido superar as mutações, talvez tenha me apegado demais a dor, talvez eu ainda esteja definindo o sinônimo de beleza, buscando junto com a mutação largar este conceito do estereótipo social do que é belo. Eu gosto das mudanças, mas é mais fácil perceber que os outros estão mudando do que mudarmos nossos conceitos.

Tenho crescido e renascido tantas vezes nesta dor em busca de meu ser. Não me sinto tão menor quando penso em minha dor, sinto-me um guerreiro, sinto a necessidade constante de não ficar parado na batalha da vida, o desejo incessante de tentar ser mais que um apenas e encontrar minha voz em meio a muitos gritos. Fazer ecoar os meus gemidos e o canto de meu imaginário no palco desta existência e sair aos brados correndo pelos campos de meu coração, domar o desejo incessante de amor e não ter medo de chorar. As lágrimas já não me são de tristeza, são apenas lágrimas da vida regando o terreno fértil de meus sorrisos. Meus sorrisos, são tão insanos, tornam-me louco, a minha loucura é tão lúcida quanto a insensatez dos que nos impõe o domínio.

Fato, é que não estamos aqui por acaso, senão o acaso seria algo também tão menor, mas não sei mesmo decifrar esta busca pelo sentido, senão pensar que o maior sentido desta existência é esta teia universal que nos une e nos confundi. Penso que cada palavra, pensamentos ou ação agem em cadeia, causando mutações de pensamentos e atitudes.

Nós criamos o caos na humanidade, na sede pelo poder de sermos auto-suficientes no controle  e domínio da existência, sem ao menos termos a ciência de que a existência é tal como o vento e o tempo, não são palpáveis e nem domináveis, eles simplesmente passam e voam entre nossas mãos e passos...

Criamos uma igreja que segue a risca todos os grandes conceitos de domínio, todas as histórias de grandes lutas traduzem a luta por uma liberdade que não liberta, mas que continua nos aprisionando cada vez mais. Somos limitados em nossos desejos e a nossa vontade individual, somos o mais negro veneno desta existência, por qual razão existir, se existir não por algum sentido além de nosso próprio olhar.

Todo o nosso organismo funciona em função de um sentido coletivo. Nosso olhar olha, mas para quem? Nosso coração funciona no sentido de bombear nosso sangue pelo corpo, nossos nervos são a tradução da insanidade do homem no comando de teu corpo. Tudo funciona para algo, tudo existe para outro. 

E nós? O que somos nesta humanidade de seres vivos tão inconseqüentes e preocupados consigo mesmo?
Qual a real função e sentido de sermos "homo sapiens"?

Eu tenho caminhado no deserto de meus pensamentos, e me perguntado e questionado tantas vezes os meus desejos e o meu imaginário.

Somos o maior paradigma no tempo e espaço da existência, na sede pelo poder e domínio do tempo. Mas já descobrimos que o tempo não se domina, ele passa e se esvai. A vida é um palco único onde não podemos ensaiar as cenas, toda ação reage de alguma forma.

Eu tenho sobrevivido ao caos de existir. Meu único momento de paz é quando encontro a loucura de meu ser, tal como um louco distante da realidade, eu encontro um espaço exato do sentido de cada lágrima ou sorriso, mas tenho a certeza, minha insanidade é mais lúcida e meu imaginário mais real. Sim, os loucos é que são os grandes sábios.

Eu vou correndo pela areia da praia a espreita do mal que contamina homem, eu mudo meus pensamentos, as direções de meus passos, mas continuo a ser um eterno menino no teatro da vida... Por isso tenho sobrevivido.

Qual loucura me abraça
Qual sabedoria que desgraça.
A insanidade que me enlaça,
Não passa...

Ser louco é ter a doçura
Ser e correr para nenhum lugar
Sair a contemplar a brandura
De ir até o horizonte e sonhar.

Não perceber o mal humano
E nem chorar a matança
Penso que a criação do homem, foi um eterno engano
Como ter coragem de matar a esperança?

Ah, prefiro ser criança
Correndo pelo espaço do tempo
O tempo da esperança
Os minutos que não encontram o esquecimento.

É tão alegre lambuzar na lama
Correr entre os jardins...
Viver com quem se ama
Estar sempre entre os querubins.

Esta é a loucura da vida
Que nos faz o sorriso mais real e puro
A doçura de chamá-la de querida
Por ai me perco e me procuro...

Meus passos passeiam no compasso.

Na areia desta teia tem sereia.

A dor de existir, dor ser amor.

O pranto que preciso, no sorriso.

Destino... Ser inexato e eterno menino...

Amar a vida, não ter a liberdade dos homens e buscar a verdade dos loucos, correr sem medo do tempo e viver sem medo do esquecimento, apenas viver por viver... Escrever palavras para alguém, mais pelo grito e canto do que pelo desencanto de que não percebe. Sermos a eterna criança no palco desta existência, não pensar no existir, mas existir apenas para ser feliz.

Por   Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, Cineclubista

“Fiquem a vontade para compartilhar, comentar, encaminhar. Apenas peço a citação do autor”