APRESENTAÇÃO


Crônicas e poesias, inspirações de meu olhar sob o cotidiano, de autoria dos meus delírios confessos.

Meu olhar no reflexo da vida...

Boa leitura...

"Nada sou, senão passos nesta estrada da vida. Me banho no rio da vida, onde curo minhas intensas feridas. Eu canto a vida com muito encanto, sem medo do desencanto, eu vivo a vida e viver eu amo tanto... Sou um desencontro de acasos enganos."

"No compor do universo, sou apenas mais uma melodia, sou autoria de um compositor supremo... DEUS."

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ENFERMEIROS...

ENFERMEIROS.
(Para toda Equipe de Enfermagem do Hospital Central, Vitória, ES.)

O que é ser um enfermeiro?
Cuidar dos pacientes, dar remédios, fazer curativos, lidar com a biologia humana e a bioquímica dos remédios?
O que é ser um enfermeiro?

Faço-me esta pergunta durante o dia de hoje constantemente, e encontro a resposta durante os mais de cinqüenta dias que passei no hospital com minha Vó.
Ali, naquele hospital, enfermeiro é mais que uma função ou um cargo, vai além da estética funcional. O Enfermeiro é um ser especial, um ser humano, contido de suas alegrias e frustrações, sofrimento e dor, solidões e abraços, alegrias e tristezas; mas ali na curva da vida, ele se torna especial, ao esquecer de toda sua bagagem emocional, para cuidar e viver um pouco de outros seres humanos, capaz de sofrer outros sofrimentos, de ser parte de outras famílias, isto é uma prova de amor entre os seres humanos.

Isto é ser enfermeiro, não apenas como uma função, mas é ser um ser humano iluminado, capaz de nos cativar com carinho e amor.

Durante estes sessenta dias, eu vi sorrisos e vi lágrimas, eu vi abraços e solidões, eu vi pessoas gritarem pela vida e renascerem de novo, e vi pessoas fecharem os olhos e descansarem na paz eterna. O hospital de fato, é um ponto de reflexão, uma encruzilhada da vida. E o que poderia fazer de um hospital, um lugar especial, talvez seja os encontros e desencontros que ali se sucedem, talvez porque neste espaço, aprendemos a dialogar com a vida e com DEUS.

Quando chegamos no Hospital, vamos em busca da cura, mas muitas vezes encontramos o perdão.

Mas apenas procurar a cura de nosso corpo enquanto matéria é algo tão simplista. Pois de fato, o que importa é curar a doença ou o doente?

Talvez senão alcançarmos a cura espiritual, e caminharmos no mundo psico, jamais seremos curados. Durantes estes dias, ali entre sorrisos e lágrimas, abraços e uma saudade de quem talvez espiritualmente não esteja ali, eu aprendi a caminhar dentro de mim, caminhar pelos vales da emoção, enfrentei os meus medos e solidões, conversei com a vida, e o debate foi algo surreal, de tal forma, que por mais irreal que fosse, transformou minha realidade.

Isto tudo eu vivi ali, e passei a pensar sobre o cotidiano dos Enfermeiros, pessoas como eu, carregadas de suas emoções, mas talvez, devido ao sistema, não tenham tempo para caminhar dentro de seus corações. Talvez uma palavra, uma gratidão ou um ato de carinho. Podem os fazer perceber, o quanto eles são especiais.

E que estar ali jamais poder ser um motivo financeiro e profissional, mas um ato de honra ao se proporem doar um tempo de suas vidas para que outras pessoas possam lutar pela vida. Sim, os enfermeiros podem ser considerados, instrumentos divinos de DEUS. Talvez não estejam ali apenas para medicar com os remédios, mas estejam também para nos conceder um abraço e um aperto de mão, no momento em que a vida pode ser uma partida ou um reinício. Fato, é que todos nós somos crianças brincando neste teatro da existência.

Se eu pudesse dizer algo aos enfermeiros, eu diria, eu diria o quanto vocês são especiais, o quanto o sorriso de vocês é importante, ele cura muito mais que os remédios, pois o remédio cura a doença, mas não cura o doente. O remédio cura a dor do corpo físico, mas não cura o corpo espiritual e o corpo psico, o coração humano. Um sorriso, abraços, palavras, olhares, sorrisos e lágrimas, são capazes de curarem o espírito. Certo de que o tempo de nossas vidas é determinado por DEUS, e se tiver chegado a hora, nem remédios e nem os avanços da medicina, serão capazes de impedir a partida. Por isso, os remédios jamais proporcionaram a eternidade.

Mas o abraço, o sorriso, as palavras, ditas pelos enfermeiros, são eternos... Sãos capazes de ser a expressão do amor. E a expressão do amor só pode ser supremo e sincero, se for dom de DEUS.

Tudo isso eu vivenciei durante todos estes dias, tenho que dizer que todo o carinho e amor, que encontrei ali, renovaram a minha vida como humano mortal, e pude contemplar ali a presença de DEUS, nos procurando para um diálogo sincero, sim, foi este diálogo com DEUS sobre a vida e sim, porque não sobre todos ali no hospital, que renasceu em mim um novo ser.

Que DEUS abençoe e continue iluminando os enfermeiros, que eles encontrem a paz de espírito, e possam irradiar esta luz para todos os pacientes.

Eu continuo pela vida, na certeza, que se eu não caminhar dentro de mim, jamais poderei caminhar fora de mim. E que a beleza da vida, esta na simplicidade rara dos gestos de amor entre os seres humanos.

Por Luciano Guimarães de Freitas