APRESENTAÇÃO


Crônicas e poesias, inspirações de meu olhar sob o cotidiano, de autoria dos meus delírios confessos.

Meu olhar no reflexo da vida...

Boa leitura...

"Nada sou, senão passos nesta estrada da vida. Me banho no rio da vida, onde curo minhas intensas feridas. Eu canto a vida com muito encanto, sem medo do desencanto, eu vivo a vida e viver eu amo tanto... Sou um desencontro de acasos enganos."

"No compor do universo, sou apenas mais uma melodia, sou autoria de um compositor supremo... DEUS."

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Delírios do Cotidiano: SOU...

Delírios do Cotidiano: SOU...: Sou... "O meu olhar sobre mim, o meu grito que eu viver sorri e chorei. Os meus passos de eterno menino na estrada do que clamamos ser v...

SOU...


Sou...

"O meu olhar sobre mim, o meu grito que eu viver sorri e chorei. Os meus passos de eterno menino na estrada do que clamamos ser vida."

Eu procuro as palavras que possam definir o meu delírio desta noite, mas encontro-me perdido em meio ao espaço entre os meus olhos e o branco do papel.

Penso em encontrar os versos que encantariam aos leitores, mas peço perdão, porque se o que escrevo não é tão somente o meu grito e sutilmente para o meu olhar que busca ler mais de mim, eu não existiria como poeta. Pois como poderia senti-los se antes eu não fosse capaz de sentir a mim. Como podemos pedir amor senão amarmos?

 Digo isto, sem desmerecer a leitura dos amigos e leitores que têm acompanhado meus versos. Verdade é que inicialmente escrevemos sempre para nós, buscando o encontro com nossas almas através das palavras. Depois, com o amadurecimento do que pensamos ser a existência, nossas palavras ganham vida e vão buscar o horizonte e recanto de outros corações e outros olhares.

Hoje eu me encontrei assim, desejando escrever para mim, sem se preocupar com olhar do leitor - se o que escrevo encanta ou desencanta - desejei ser sincero comigo e com todos, mas claro que; ao escrever para mim e de mim, tenho a necessidade de encontrar algum olhar que há de beber do ópio de meus pensamentos e possa imaginar os meus delírios escritos nas linhas de um poema ou texto qualquer. Hoje, eu me perdi me procurando na imensidão de meus delírios, e encontrei um horizonte infinito dentro de mim, descobri a infinidade de meu coração batendo e pulsando a intensidade de minha alma.

Hoje eu me busco, e se me busco, busco olhar para o mais secreto e íntimo de minha alma.

Ando pensando em minha vida, a tragédia de meus dias perdidos entre o espaço da existência e os meus passos no palco da vida. Ah, como desejei a morte, senão de meu corpo, ao menos do que sofria dentro de mim.

Caminhei sem a noção do tempo revirando as lembranças do passado que insistiu um dia em ferir-me. Sofri a humilhação do espelho destas sociedades tão cultas de religião e poder, sangrei na viela do caos e sim, houve dias que não quis mesmo viver. Perdi o domínio de meus passos sobre a tutela dos domínios sociais do poder.

Foi na dor que amadureci, sangrando eu me curei, chorei o pranto de um mar que sofria dentro de meu peito. A espada no meu peito era o medo de mim mesmo e o medo de viver. Eu caminhei pelos becos, experimentando o ópio social da vida. E me perdi pelas ruas descalço e maquiado da poeira do preconceito, eu quis água e comida além do abraço pelas madrugas frias... Mas somos o vício de consumo de nosso domínio chamado “Ego” e do nosso status de ser humanos para nós mesmos.

Neste lamaçal em que eu estava e em que os cultos do domínio chamariam de currais da miséria humana, eu tive a palavra sincera de um olhar singelo, mãos calejadas e peito ferido pela desesperança, uma simples palavra que me mandou olhar para o horizonte que havia dentro de mim, o horizonte que se lapidava no fogo da vida para a mutação de um metal nobre. Esta voz me disse suave, que ainda haveria grandes pastos e campos para se caminhar, e que é na dor do fogo, que surge os grandes homens, aqueles que tem lugar de honra próximo ao Criador do Universo.

Ah, eu aprendi a olhar o horizonte dentro de mim. Sobrevivi ao deserto olhando este horizonte onde estava o oásis de meu sorriso mais lindo. 
Eu me senti próximo ao Criador, não deste Deus ensinado pelos homens, eu senti perto do amor e da paz, da esperança e dos sonhos, do verdadeiro Criador do Universo. ELE não estava na raça, credo, posição política, condição de pecado, ele estava no ar correndo entre as folhas e que no respirar de meu pulmão entrava em mim, esse ar invadia minha alma e tomava meu espírito.

Eu não poderia ser o que sou se dentro de mim não houvesse um horizonte que recitasse a poesia de minha alma. Ah, quando olho a infância dos dias que se foram até o tempo de minha ruína, não sinto arrependimento... Eu gosto de olhar mesmo é para o horizonte, para onde desejo mesmo ir.

Não é que eu esqueça as minhas raízes, jamais poderei esquecer onde eu vi a luz do mundo ao nascer chorando aos berros, estava ali no lençol branco da maternidade em um pequeno Município chamado Mantena no interior de Minas Gerais. De certo mesmo, é que lembrarei ainda mais, como um “pilar memorial” , dos dias de minha ruína, pois foram nestes dias que renasci para a vida. O que para muitos foi a ruína, para mim foi a gestação de meu renascimento.

Eu continuo sorrindo e correndo pela estrada adiante de meus passados, as lágrimas vão irrigando o meu sorriso... E o meu sorriso vai se apaixonando pelas flores no caminho e os pássaros que louvando anunciam os novos dias que já vem chegando.

Sou tal como um eterno menino, correndo por ai, tentando compreender o espaço inexato entre os meus olhos e o branco do papel. Entre a minha poesia e minha alma.  Sempre o eterno menino correndo...

Sim... No horizonte dentro de mim... Eu o sou.


Sou.

Sou o menino correndo
Vou ali além do luar
Onde a lua nasce morrendo
No horizonte além de meu mar.

Não penso no dia sofrido
Da lama e da dor na estrada
Os dias já foram vividos
Já se foram as frias madrugadas.

Quero agora da vida, o perfume de flores
A paz de uma brisa a me tocar
Quero sanar as minhas dores
E docemente, me amar.


Trago nos lábios o sorriso profano
E o coração de porta aberta...
Eu trago o que mais ser eu amo
Sim, eu amo viver e ser poeta.

Por Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, Cineclubista, Sonhador, Eterno Menino.
________________________________________________________
MSN: lgf_poeta@hotmail.com
E-mail: lucianoprodcultural@gmail.com
Cel: +55 (operadora) 27 9846 0100

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Delírios do Cotidiano: A LOUCURA DA VIDA

Delírios do Cotidiano: A LOUCURA DA VIDA: A LOUCURA DA VIDA. "O delírio das palavras escritas é de minha inteira responsabilidade, o aspecto da vida diante de meu olhar profano." ...

A LOUCURA DA VIDA


A LOUCURA DA VIDA.


"O delírio das palavras escritas é de minha inteira responsabilidade, o aspecto da vida diante de meu olhar profano."

Eu tenho pensado no sentido da vida, nesta teia universal que nos consagra seres humanos e nos liga como seres no compor do universo. Penso que toda ação, mesmo a do pensamento, encontra a reação dos sentidos. Somos algo dentro do tempo inexato do espaço, inexato por que não o conhecemos, porque não vejo como definir a reação de nossos pensamentos sem pensar que a ação gera uma reação em cadeia e que somos tão inconstantes e complexos. Somos a indefinição dos sentidos e a mutação dos fatos.

Eu me perco entre o meu imaginário em busca de mim mesmo e dos sentidos na linha da existência. Cada pensamento se distribui na velocidade de minha insanidade na galáxia do imaginário de minha mente. Vejo no “por que” dos fatos, algo tão simples e menor do que a dimensão dos resultados.

Enfim, perco o medo de gritar. Eu subo ao mais alto cume de minha loucura e brado meus versos incessante e sedentos do eco na montanhas da vida.

Nesta odisséia da vida, tenho sido um sobrevivente do caos, o meu caos de não saber conter o meu absurdo de ser quem eu sou. Por deveras vezes eu pensei em desistir ou me abster de minhas insanidades, me senti pequeno e encontrei na fuga de meus pensamentos um sentido para não permitir a arte da dúvida soar em meu grito pela existência.

O meu caos me pareceu tão menor que a miséria humana, meus desejos insanos tão mínimos diante do sonho de seres que perduram na sobrevivência da vida. Eu tenho pouco, mas diante de muitos, tenho muito.

Encontrei-me menor diante da casta profana da igreja dos homens que me ensinou o que é fé, esta mesma fé sucumbiu ao deserto da violência e destruição. Se existe DEUS, de certo ele é maior que tudo isso, e não compõe esta rede de absurdos desta igreja universal amparada em crenças e dogmas da busca do poder pelo homem.

Passei ao longo dos últimos anos, tal como uma lagarta sofrendo as mutações necessárias para a beleza de uma borboleta, confesso ainda não ter conseguido superar as mutações, talvez tenha me apegado demais a dor, talvez eu ainda esteja definindo o sinônimo de beleza, buscando junto com a mutação largar este conceito do estereótipo social do que é belo. Eu gosto das mudanças, mas é mais fácil perceber que os outros estão mudando do que mudarmos nossos conceitos.

Tenho crescido e renascido tantas vezes nesta dor em busca de meu ser. Não me sinto tão menor quando penso em minha dor, sinto-me um guerreiro, sinto a necessidade constante de não ficar parado na batalha da vida, o desejo incessante de tentar ser mais que um apenas e encontrar minha voz em meio a muitos gritos. Fazer ecoar os meus gemidos e o canto de meu imaginário no palco desta existência e sair aos brados correndo pelos campos de meu coração, domar o desejo incessante de amor e não ter medo de chorar. As lágrimas já não me são de tristeza, são apenas lágrimas da vida regando o terreno fértil de meus sorrisos. Meus sorrisos, são tão insanos, tornam-me louco, a minha loucura é tão lúcida quanto a insensatez dos que nos impõe o domínio.

Fato, é que não estamos aqui por acaso, senão o acaso seria algo também tão menor, mas não sei mesmo decifrar esta busca pelo sentido, senão pensar que o maior sentido desta existência é esta teia universal que nos une e nos confundi. Penso que cada palavra, pensamentos ou ação agem em cadeia, causando mutações de pensamentos e atitudes.

Nós criamos o caos na humanidade, na sede pelo poder de sermos auto-suficientes no controle  e domínio da existência, sem ao menos termos a ciência de que a existência é tal como o vento e o tempo, não são palpáveis e nem domináveis, eles simplesmente passam e voam entre nossas mãos e passos...

Criamos uma igreja que segue a risca todos os grandes conceitos de domínio, todas as histórias de grandes lutas traduzem a luta por uma liberdade que não liberta, mas que continua nos aprisionando cada vez mais. Somos limitados em nossos desejos e a nossa vontade individual, somos o mais negro veneno desta existência, por qual razão existir, se existir não por algum sentido além de nosso próprio olhar.

Todo o nosso organismo funciona em função de um sentido coletivo. Nosso olhar olha, mas para quem? Nosso coração funciona no sentido de bombear nosso sangue pelo corpo, nossos nervos são a tradução da insanidade do homem no comando de teu corpo. Tudo funciona para algo, tudo existe para outro. 

E nós? O que somos nesta humanidade de seres vivos tão inconseqüentes e preocupados consigo mesmo?
Qual a real função e sentido de sermos "homo sapiens"?

Eu tenho caminhado no deserto de meus pensamentos, e me perguntado e questionado tantas vezes os meus desejos e o meu imaginário.

Somos o maior paradigma no tempo e espaço da existência, na sede pelo poder e domínio do tempo. Mas já descobrimos que o tempo não se domina, ele passa e se esvai. A vida é um palco único onde não podemos ensaiar as cenas, toda ação reage de alguma forma.

Eu tenho sobrevivido ao caos de existir. Meu único momento de paz é quando encontro a loucura de meu ser, tal como um louco distante da realidade, eu encontro um espaço exato do sentido de cada lágrima ou sorriso, mas tenho a certeza, minha insanidade é mais lúcida e meu imaginário mais real. Sim, os loucos é que são os grandes sábios.

Eu vou correndo pela areia da praia a espreita do mal que contamina homem, eu mudo meus pensamentos, as direções de meus passos, mas continuo a ser um eterno menino no teatro da vida... Por isso tenho sobrevivido.

Qual loucura me abraça
Qual sabedoria que desgraça.
A insanidade que me enlaça,
Não passa...

Ser louco é ter a doçura
Ser e correr para nenhum lugar
Sair a contemplar a brandura
De ir até o horizonte e sonhar.

Não perceber o mal humano
E nem chorar a matança
Penso que a criação do homem, foi um eterno engano
Como ter coragem de matar a esperança?

Ah, prefiro ser criança
Correndo pelo espaço do tempo
O tempo da esperança
Os minutos que não encontram o esquecimento.

É tão alegre lambuzar na lama
Correr entre os jardins...
Viver com quem se ama
Estar sempre entre os querubins.

Esta é a loucura da vida
Que nos faz o sorriso mais real e puro
A doçura de chamá-la de querida
Por ai me perco e me procuro...

Meus passos passeiam no compasso.

Na areia desta teia tem sereia.

A dor de existir, dor ser amor.

O pranto que preciso, no sorriso.

Destino... Ser inexato e eterno menino...

Amar a vida, não ter a liberdade dos homens e buscar a verdade dos loucos, correr sem medo do tempo e viver sem medo do esquecimento, apenas viver por viver... Escrever palavras para alguém, mais pelo grito e canto do que pelo desencanto de que não percebe. Sermos a eterna criança no palco desta existência, não pensar no existir, mas existir apenas para ser feliz.

Por   Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, Cineclubista

“Fiquem a vontade para compartilhar, comentar, encaminhar. Apenas peço a citação do autor”