APRESENTAÇÃO


Crônicas e poesias, inspirações de meu olhar sob o cotidiano, de autoria dos meus delírios confessos.

Meu olhar no reflexo da vida...

Boa leitura...

"Nada sou, senão passos nesta estrada da vida. Me banho no rio da vida, onde curo minhas intensas feridas. Eu canto a vida com muito encanto, sem medo do desencanto, eu vivo a vida e viver eu amo tanto... Sou um desencontro de acasos enganos."

"No compor do universo, sou apenas mais uma melodia, sou autoria de um compositor supremo... DEUS."

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domingo, 28 de agosto de 2011

OS SONHOS QUE ME MOVEM

 
São os sonhos
que me encantam,
e muitas vezes, a pequenez de minha fé que desencanta...
Mas eu preciso acreditar,
que os sonhos existem.
 
É no desabrochar da flor
No beijo da abelha em busca de mel
Que vejo a pureza das coisas, que sinto o amor
E que acredito, as estrelas continuam a brilhar no meu céu,
mesmo diante de minha dor
 
Minha dor!
Parece-me insuportável...
Minha sede de amor,
insaciável.
 
Mas os sonhos me inspiram...
São maiores que minha dor.
 
Esta dor é loucura
Mas sou soldado
de imensa bravura,
E não me dou por derrotado
Por loucura e dor alguma.
 
Meus sonhos, são canções
Poemas infinitos...
Rompem todos os grilhões!
São ousados e destemidos.
 
Minha mente
Como minha idéias,
É espada afiada e crescente
numa delirante odisséia.
 
E nesta locura tão bela
A minha pintura, no branco de tela:
é lápis, caneta e papel.
Que desenham em palavras,
os meus sonhos e o meu céu.
 
Nesta loucura,
minha odisséia.
Dizes que são loucuras!
As minhas idéias?
 
Mas vivo minha lucidez
Estou mais lúcido do que ainda!
Enquanto a insensatez não se finda.
 
Estou mais lúcido do que nunca...
 
Eu sou guerreiro irreverente
Bandeira hasteada!
Na velocidade de minha mente
Batalhas, lutas e também infinitas serenatas.
 
Ah, como é bela a loucura
Loucos?
Foram poucos
que tiveram a ousadia e bravura...
Poucos, tiveram a coragem de tentar.
 
Ah, não há vitória maior
que a derrota do medo,
e meu maior segredo:
são os sonhos que me movem.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

RUA DA AMARGURA

A rua da amargura
é uma canção sem melodia
Uma loucura
tão vadia, e às vezes tão linda e vazia.

Na rua da amargura
Tem vazio que é calçada
tem noite fria, que é sem ternura,
pela madrugada.

Rei, só foi Jesus
Que por nossos pecados
morreu na cruz.
Veio ao mundo,
e para ser mais que nobre
veio aos pobres...
Um ser de inigualável ternura
Que nos abraçou, nestas ruas de amargura.

Nesta rua,
que é tão minha
A lua é cheia e tão nua...
Como é linda, e é tão somente minha , esta lua.

Rua da amargura...

No parapeito
e na calçada...
Tudo é e não é preconceito,
um nada e um tudo, sem conto de fada...
Contudo, há mãos que se apertam
nesta rua pela madrugada.

Nesta rua da amargura
entrepassa pelos meus dedos os ventos
Sem brandura e sem ternura
Minha dor, meu grito e meus esquecimentos.

Na rua da armagura
Sinto mais o tocar do vento
Nesta rua de tanta amargura
são velozes meus pensamentos
E irreverente minha loucura.

A rua da amargura...

É tão minha,
esta rua.
Quanto a imensa saudade sua.

Pois desta rua
foste você, anjo de luz
A minha lua...
o luar que me conduz.

E me deste, um arco-íris de intensas cores
E "eu", nesta rua da armagura...
Lhe dei apenas lágrimas e dores.

Quando zombavam,
me beijava...
Quando me apedrejavam,
me abraçava.
Eu endoidecia
nesta rua de amargura,
e ainda louco, tu me acaricia,
com tua fé e brandura.

E agora nesta rua,
Tão sinsera e nua.
Que nem é tão minha,
esta rua da amargura...
Nesta rua...
Eu que já nem clamo
Peço perdão
Pois descobri que a te amo
E só tu, me amaste de coração.

Por Luciano Guimarães de Freitas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

ENTRE O EDREDOM E O ÔNIBUS COLETIVO.


ENTRE O EDREDOM E O ÔNIBUS

O dia surge, nem frio e nem quente. Acordar cedo é às vezes um sacrilégio. E a cama envolta do edredom parece querer nos prender por mais alguns minutos. Mas enfim, eu me levanto... Banho, café, não sou de comer nada pela manhã, no máximo, um copo de café e às vezes um cigarro, vício que luto para parar.

Após todo ritual matinal em casa, sigo para o ponto do ônibus, a espera quase interminável, os carros e as pessoas passam. O trânsito de manhã em direção ao trabalho parece uma penitência ou uma romaria de carros. Enfim, vem o ônibus que carinhosamente chamo de “coletivo”, a linha é 507 - Terminal de Laranjeiras ao Terminal do Ibes,  embarco neste coletivo, feliz pelo calor humano.

O motorista ás vezes nos concede a graça de um ”Bom dia”, outros apenas nos olham como se dissessem: _Vamos, entrem depressa, tenho horário e não tenho tempo... Porque me olhas? Entre!

E há alguns, que talvez entediados de minha presença constante, fingem ou mesmo não me vêem.

Como eu queria quebrar a rotina dos motoristas e do coletivo, dizer que apesar de todos os percalços, buzinas, buracos e obras na pista, a viagem pode ser reverentemente agradável.

Através de um bom papo, um acorde de esperança de que não somos “robôs programados” e ainda somos Seres Humanos. E quem sabe, a robótica desta praticidade na odisséia que vivemos, seja apenas um delírio e ainda possamos contemplar o cheiro de terra vermelha, molhada pela chuva.

De repente, o ônibus acolhe uma linda mulher, e que corpo, escultural de tão lindo e tão lindo que chega a insultar a beleza humana; mas por outro lado, o corpo é algo tão bossal e pequeno assim como este culto que se faz aos corpos hoje em dia, é algo tão menor e importante, que os momentos, que a beleza e pureza de espírito, que o “que trazemos dentro de nós”.

Mas enfim, a mulher entra. Belo corpo, olhos verdes, uma boca de deixar sedentos os meus lábios, que pernas lindas, se aquelas pernas estivessem entrelaçadas as minhas pernas, gozaríamos de um prazer intenso e mútuo no calor de nossos corpos. E concordo que as pernas nada têm haver com a beleza do corpo, pois as pernas compõem o ritmo das passadas, definem nosso humor ou se vamos depressa ou devagar, o rebolado, o gingado, tudo é apenas um detalhe diante das pernas e dos passos.

Ela entra, paga a passagem, e eu ressalto, se eu fosse o cobrador, ela iria de graça, embora o cobrador, contido pelo “big brother” das câmeras de vigilância, e boquiaberto sem palavras, nada faz e nada fala. Covarde! Ou embasbacado mesmo.

Ela senta tão próximo de mim, e nem sabe de meus delírios e dos desejos meus e do cobrador. Queria dizer para ela que o dia pode ser melhor através de um sorriso, da simplicidade das palavras e a comunicação entre os seres humanos. E talvez se comunicássemos mais entre nós, seríamos mais humanos e menos máquinas, e não seríamos estes “robôs programados”.

Mas sinto-me encorajado pelos fones de ouvido que ela teima em usar, pelo silêncio de seu olhar, talvez até esteja escutando uma boa música, mas nada é melhor que um bom papo, que a comunicação sincera entre as pessoas, que o desbravar do coração humano.

A viagem segue, entre coletivo e a minha cama... Sei lá... Mas um dia que amanhece nem frio e nem quente... Entre... Estar na cama envolto do edredom e estar no coletivo envolto do calor humano, eu não sei qual seria melhor. Pois fato, nada é exato e tudo depende de um princípio.

No caso aqui, o princípio seria aquelas “pernas” e os delírios da crônica de minha vida de poeta.

Ah! Eu bocejo... É tão excitante a viagem do Terminal de Laranjeiras ao Terminal do Ibes, e do Edredom até o coletivo, tudo depende de meus delírios, e daquelas pernas.

Por Luciano Guimarães de Freitas