O
MOMENTO DA PARTIDA...
(dedicado aos amigos, à família e a todo movimento cineclubista capixaba)
(dedicado aos amigos, à família e a todo movimento cineclubista capixaba)
É
madrugada do dia 30 de maio de 2012, eu aqui encontro com o mais sincero de mim
quando já não imagem mais bela do que a paisagem de meus sonhos que reluzem no
brilho de meus olhos. Hoje, é um momento tão meu contido de uma solidão tão
bela.
Estou
na contagem regressiva aguardando o raiar do dia que se aproxima, quando
novamente tomarei a estrada adiante de meus passos na busca incansável pelo
horizonte dos dias vindouros. Na busca incessante pelo melhor de mim e a
construção da paz no meu peito, certo eu, que o sentimento que me conduz e
faz-me incessante no lapidar de meus dias, é justamente o que me perturba e os
questionamentos ou dúvidas que permeiam minha mente trovejante.
Já
faz algum tempo, que estou por aqui, regenerando das feridas de meus passos e
reconstruindo um novo olhar diante do reflexo de minha face que antes chorava e
agora está a sorrir. Deixo tão logo a capital de Vitória, e sigo para o
interior, um pequeno Município chamado por Águia Branca, no noroeste capixaba.
Cidadezinha
incomum, colonizada as margens do Rio São José, inicialmente pelos imigrantes
poloneses. O que dizer? Em um tempo de minha adolescência, fui adotado por
Águia Branca, onde mesmo não tendo crescido na infância pelos teus solos, vivi
bons momentos de minha vida por quase uma década, no fase saudosa de minha
adolescência.
O
que dizer? Confesso que nos últimos anos me perdi no palco da vida, silenciei
algumas de minhas falas na trama da existência, sofri com a solidão de ter me
abandonado no frio de um vazio tão meu. No entanto, como um guerreiro ressurgi
diante do levante de minha alma poeta que inspirou-se no poema mais intenso
para seguir um caminho no mais profundo do coração...
No
coração tenho descoberto as mais belas paisagens e os mais intensos caminhos
por onde ousei caminhar. Não envergonho do que eu fui, do que fui tive apenas
medo. Hoje me orgulho do eu sou e sonho com o melhor de mim.
Agora
que tomo a estrada novamente, trago ainda maior a minha garra e vontade, meu
olhar diante da imagem em movimento, é um filme cujo eu sou o autor de minha
história, inspirado a luz do Criador.
Se
levar, levo minha poesia, alguns bons filmes e bons livros. Se levar, levo
comigo meu coração cineclubista, na luta incessante pelo acesso ao cinema na
expressão mais popular da arte. O cinema como formação não só do público, mas
na formação e desenvolvimento para além do ser humano. Sim, a construção de uma
sociedade justa e a possibilidade da dignidade de vida para todos. Pela
formação de uma juventude mais crítica, mais participativa no desenvolvimento
humano, cultural e social.
Ah
se levar, levo a saudade dos amigos que me foram alicerces no meu recomeço na
escada da vida. Dos tantos outros que
surgiram ao passo pelos degraus e àqueles que incentivaram mesmo aos gritos
distantes. Certo eu, de que apenas estou começando... Há muita estrada para
seguir ainda. Que o cair seja para o aprendizado e o levantar para o meu
crescimento.
“Serei sempre o eterno menino correndo pela estrada da vida...
Seguindo sempre”...
O
vento entra pela porta da sala
Talvez a solidão pedindo passagem...
Talvez a solidão pedindo passagem...
No
chão, está pronta a minha mala,
Esperado,
o momento da viagem.
Tomo
os ares...
Dos ventos de minha alegria
Despedindo daqui e dos bares
Com a mais sincera e simples poesia.
Dos ventos de minha alegria
Despedindo daqui e dos bares
Com a mais sincera e simples poesia.
Se
eu levo, levo a saudade
Do porto, do mar...
Levo os momentos de amizade...
Do porto, do mar...
Levo os momentos de amizade...
Das
belas paisagens no reflexo de meu olhar.
Tomo
a estrada...
Sem medo do destino,
Sem medo do destino,
Vou
cantando as serenatas
De
um eterno menino.
As
lágrimas que toma meu olhar
São
de minha mãezinha e do seu carinho
Ela
olhando pela janela, não consegue nem falar...
Mas ela compreende que tenho de seguir o meu caminho.
Mas ela compreende que tenho de seguir o meu caminho.
Meu
pai, que me ensinou a poetizar
Esconde os seus olhos, mas sei que estás a chorar...
Cabeça erguida... Sinceridade no olhar,
Esconde os seus olhos, mas sei que estás a chorar...
Cabeça erguida... Sinceridade no olhar,
Sei
que lá dentro do seu quarto, por mim estás a orar.
Os
laços de amizade
E
o amor de nossos pais...
São
laços de eterna saudade...
Sentimentos
que não esqueço jamais.
Se
sigo agora,
Espero
voltar...
Parto
ao raiar na aurora
E na lua cheia, hei de voltar.
E na lua cheia, hei de voltar.
Virei
declamando a minha poesia
Com a certeza de cumprida minha missão...
Com a certeza de cumprida minha missão...
Voltarei
com a mesma alegria...
Deste dia que eu parto, seguindo a estrela guia de meu coração.
Deste dia que eu parto, seguindo a estrela guia de meu coração.
“O sonho apenas será utopia,
quando deixarmos de acreditar.”
Por Luciano Guimarães de Freitas
Poeta, Cineclubista, Sonhador...
Poeta, Cineclubista, Sonhador...
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