APRESENTAÇÃO


Crônicas e poesias, inspirações de meu olhar sob o cotidiano, de autoria dos meus delírios confessos.

Meu olhar no reflexo da vida...

Boa leitura...

"Nada sou, senão passos nesta estrada da vida. Me banho no rio da vida, onde curo minhas intensas feridas. Eu canto a vida com muito encanto, sem medo do desencanto, eu vivo a vida e viver eu amo tanto... Sou um desencontro de acasos enganos."

"No compor do universo, sou apenas mais uma melodia, sou autoria de um compositor supremo... DEUS."

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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DOS MAIS ALTOS LUGARES DE MEU CORAÇÃO...

Dos altos lugares de meu coração...

Eu procuro palavras e não as encontro, de repente, eu vejo a vida ao canto dos dias de minha vida, eu queria a poesia da vida e saber as estradas que levam para bem longe da solidão.

Eu vou até a varanda e olho um céu sem estrelas, eu procuro a assinatura do Criador da vida e tento ter fé na felicidade e na realização dos meus sonhos. Mas sinto-me cada vez mais como um simples ponto no universo.

Eu pensei que podia voar, e pulei dos mais altos ares de meus delírios e dos meus sonhos, eu vi as paisagens mais lindas e passei pelas nuvens da ilusão, infeliz, eu tive a queda da realidade sem nenhuma pluma ou travesseiro para cair por cima... A dor da queda foi mortal, quando me olhei e já não mais vi a criança escrevendo poesias e descobrindo a pureza da vida ao brilho posto de um eterno sonhador.

Eu quis o belo sonho do sorriso e amei até mesmo as lágrimas de meu olhar, e do chão que caí, eu olhei para o céu e pedi a Deus um simples abraço ao menos, para que eu pudesse ter paz em meu coração.

Eu vi um olhar e um sorriso, tal qual imaginei um dia, eu desejei dizer as lindas palavras do poeta e viver a emoção de ver alguém sorrindo para mim. Mas ao sol posto eu percebi que ainda estava caído no chão da realidade e que a porta da sala estava fechada, e o frio da noite aumentara mais quando vi ao eu lado a solidão sorrindo.

Sou o desencontro da noite e do sol, o cortante de um tempo que despreza os segundos das batidas de meu coração e que passa sem o tocar do vento recita a minha poesia e leva o meu grito pela  vida.

Eu vou até a varanda e olho o céu sem estrelas, e vejo os cantos dos dias que pensei viver, foram o mais belo vôo da vida, os belos sonhos que sonhei.

Eu ainda lembro que contei os segundos da doce ilusão da vida, eu vi dos ares um lindo amor, uma linda canção e um lindo olhar, eu vi dos ares eternos abraços e um lençol com perfume de mulher, eu vi uma transa surreal e dois corpos tão juntos e apaixonados como a lua e o sol.

Por um momento eu não senti a realidade e o sangue cruel de ser mais uma criança correndo pelas ruas da saudade e correndo na lama da ilusão.

Há um bom tempo deixei o brilho do menino, deixei de acreditar na poesia da vida, há dias eu tenho ido até a varanda e olhado o céu sem estrelas, e me perguntado se Deus me escuta ou se é parte da minha fértil imaginação.

Eu desejei a poesia da vida, quis o doce mel de um beijo, o doce sorriso dos amigos, e os versos de um sonho lindo. Mas quando caí, senti o amargo e frio chão da realidade e senti saudade de quando um dia eu tive coragem de pular, senti saudade dos ares de meus delírios, pensamentos que já não são tão constantes.

Eu pulei dos mais altos lugares de meu coração, sagrado instante de um sonhador, o salto imortal do olhar que vê além do horizonte, além do mar. Eu quis a poesia da vida, os versos de um poeta e o brilho de um eterno menino.

Mas quando chego ao chão frio da realidade, estou crescendo, as roupas da infância já não me servem. Sou homem crescido convivendo com a dureza de ser adulto e não poder chorar.

Certa vez, eu li em um livro sobre um príncipe que perguntou aos reis, o porquê de ensinarem coisas as criancinhas. Eu aprendi cedo demais à poesia da vida e a vida me ensinou tarde demais no chão frio da realidade.

Eu queria poder sonhar o sonho de Deus, ir até a varanda e ver o céu estrelado, acreditar no amor, e ser um jardineiro da vida, cultivando a flor do amor e da esperança, queria a flor mais bela da existência para plantá-la no jardim do meu coração.

Mas ao sol posto, do dia que surge, já não há tempo para brincar, o chão de terra e o meu cavalo, se foram com o tempo da esperança. Já não há sítio, não há praças e nem as brincadeiras do tempo de escola. Somos tão mortais quanto o gosto amargo da realidade. Mortal, eu morro aos poucos, morri muito mais que todos os seres humanos, morri no desengano em busca da poesia da vida, morreu os meus sonhos, o meu brilho e a minha infância.

Morri não de amor... Mas pelo desamor das pessoas que me ensinaram a realidade cruel.

Não há mais tempo, porque o tempo não volta, não retrocede, o tempo segue sempre, e a vida é um espetáculo que não permite ensaios. Eu queria pular tantas vezes pudessem do mais alto lugar de meu coração. Mas o tempo segue, como a lágrima que pula de meu olhar, ela é tão única como eu, tão feliz quanto foi a busca pela poesia da vida, e agora ela cai como “eu” no chão frio da realidade e se evapora como se foi a minha esperança.

Eu vou até a varanda, vejo o céu sem estrelas, hoje se há Deus e alguém além do véu enegrecido da noite, além do fogo da aurora que nasce... Hoje esse "Alguém" me inspirou a saudade dos bons tempos que não voltam, o tempo segue sempre, os bons tempos são como "eu" e a "minha lágrima", ambos se jogam e caiem um dia no frio da saudade, da dura realidade.

Tudo se vai um dia, a saudade que fica aumenta mais, a dor que sinto é voraz e cortante, a solidão que afaga há também de se jogar um dia e tão logo encontrará ao meu lado um chão frio e o silêncio da existência.

E quando eu encontrar o silêncio da vida e encenar o Ato Final do Teatro da Vida, haverá ao meu lado a lembrança do sítio, do meu cavalo, da caneta e do papel.
Levo comigo as palavras que eu escrevi apenas no meu coração e nos mais altos lugares, e deixarei ao canto dos dias vividos, a saudade do que se passou, eu mesmo passei e um dia também não poderei voltar.

Todos nós fechamos os olhos um dia, morremos aos poucos na distância da infância até o último Ato no Teatro da Vida. E quando chegar o momento, talvez o céu além da varanda, esteja estrelado... E no delírio de algum poeta, terei pulado dos mais altos lugares de meu coração... Quando jaz que a terra me cubra e as lágrimas dos poucos que choram possam irrigar-me, terei terminado a mais bela poesia da vida e aprendido o caminho do mais belo jardim da existência.

Por Luciano Guimarães de Freitas

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